“JUNITO DE SOUZA: O MITOLÓGICO INTELECTUAL APERIBEENSE”

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  • sábado, 17 de novembro de 2012
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  • CONSIDERADO O MAIOR ESPECIALISTA EM LITERATURA GREGA E LATINA DO PAÍS EM VIDA, CONHEÇA O HOMEM QUE DÁ NOME A BIBLIOTECA DE APERIBÉ
    Em foto de família de 1986: Junito a direita e os irmãos, Jayme de Souza, Lady,
    Rui, Leonor e a mãe Petrolina
        Nascido na Fazenda dos Souza, situada em Aperibé na época em que esta ainda pertencia a Santo Antônio de Pádua como 5º Distrito da cidade do Estado do Rio de Janeiro, Filho de Arthur de Souza Silvestre e Petrolina Brandão de Souza, sendo o primogênito de cinco irmãos: Jaime, Lady, Rui e Leonor. 
         Cursou o Ensino Fundamental na zona rural onde residia, até que sua professora em um tempo em que os índices de conclusão de estudos tinham números inexpressivos aos contemporâneos, comunicou a seus pais que nada a mais poderia ensiná-lo, pois Junito havia acumulado bagagem intelectual semelhantes ao dela. 
         O homem que posteriormente veio a se tornar a última palavra em literatura grega e latina de todo o país e profundo estudioso acerca de suas mitologias, não sabia mas havia acabado de dar seu primeiro passo rumo ao Olimpo do conhecimento, pois a partir daí foi matriculado no Colégio Anchieta administrado por Jesuítas, localizado em Nova Friburgo onde esteve no Noviciado, aprendizado a que se submetem os noviços que convivem em regime de reclusão, para se tornarem professores por uma vocação, no caso, a de padre Jesuíta. 
         Mais tarde, ao perceber que não tinha o necessário atributo para o sacerdócio, e aconselhado, foi trazido pelos próprios Jesuítas para a fazenda onde permaneceu em reflexão por algum tempo, até que por intermédio do seu tio, o emérito professor, médico e matemático, Honório Souza Silvestre, foi para a cidade do Rio de Janeiro, onde na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras clássicas da Universidade do Estado da Guanabara, conseguiu a sua licenciatura em letras clássicas. 
         Grande estudioso de Letras, pode-se considerar como sua a maior conquista a de Bacharel em Letras Clássicas pala Puc-RJ, em 1948. 
          Em 1950 escreveu para a Revista Verbum o artigo, “Tragédia de Sófocles: Édipo Rei”, onde demonstra sólido conhecimento do mundo helênico que o ajudou a conquistar uma viagem de estudos a Grécia, junto a, Puc-Rio, através de seu fundador e primeiro reitor, o padre Leonel Franca, que após considerar que não havia mais nada no país no que se referia a cultura grega que Junito ainda não tivesse tomado conhecimento, o enviou para a grécia por um ano, para que Junito, viesse a se aprofundar nos estudos. 
          Em entrevista da época concedida ao psicólogo especialista em história das religiões e mitologia José Raimundo Gomes, Junito de Souza revelou que além de estudar a cultura grega, pode também estudar arqueologia no país, pois havia sido dispensado das aulas de grego, “O grego da Universidade de Atenasera muito fraco, além do mais era moderno, o quenão me interessava tanto, preferi aproveiotar o tempo para estudar arqueologia”, contou o intelectual que além desse, concluiu também os cursos de Epigrafia e História da Grécia na Universidade de Atenas onde teve a oportunidade de vivenciar edificações, paisagens e costumes preservados como patrimônio da humanidade. 
          Após concluir a graduação em direito também na Puc-RJ, onde em 1960 Já lecionava como professor da instituição, o então Diretor do curso de filosofia, Dr. Robert Piragibe da Fonseca, criou a Cátedra de Mitologia Grega e Latina, iniciativa inovadora pra época nas universidades brasileiras e concedeu a Junito
    a responsabilidade pela investigação do tema. 
         Por quarenta e cinco anos, seguidos Junito de Souza exerceu o magistério como professor do Estado do Rio de Janeiro, foi supervisor e professor da área de Letras Clássicas (Latim, Literatura Latina, Grego e Literatura Grega) na PUC - Rio de Janeiro, onde coordenou a sala de pesquisa Padre Augusto Magne, lecionou no Instituto de Educação do Colégio Jacobina, Colégio Pedro II, Universidade Santa Úrsula, Universidade Gama Filho, onde foi Diretor, Vice-diretor, Conselheiro na Câmara de Legislação, Normas e Pesquisador Docente. 
         Lecionou ainda na UERJ e colaborou com muitas outras universidades, amante das ciências humanas e polivalente, Junito ocupou a cadeira 35, patrono João Ribeiro, como membro da Academia Brasileira de Filologia e de diversas outras instituições culturais, como quando foi diretor da Academia Brasileira de Teatro do Rio de Janeiro, pertenceu também à Sociedade Propagadora das Belas Artes, Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos e ao Instituto Internacional de Heráldica e Genealogia. 
        Junito de Souza Brandão explorou a fundo inúmeras áreas do conhecimento humano, fossem elas em língua alemã, do  mediterrâneo euroupeu, ou a extinta língua latina, ministrou uma infinidade de cursos como os de mitologia egípcia, Os sete gatinhos de Nelson Rodrigues, além de publicar críticas e artigos em importantes veículos de comunicação como no jornal O Estado de São Paulo, revista Playboy, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil dentre outros tantos títulos. 
         Em 1995, ano em que Junito se desprendeu da matéria, o conceituado jornalista e Doutor em literatura brasileira Affonso Romano de Sant’anna, escreveu sobre sua morte com o Título “Junito Chega ao Olimpo”. 
         Após uma vida inteira dedicada aos estudos, o maior aparibeense de todos os tempos partiu rumo ao desconhecido lar dos deuses os quais viveu por estudar, deixando para este  mundo o maior legado que um homem pode conceber nesta vida. O conhecimento.

    J U N I T O   D E   S O U Z A   B R A N D Ã O   N A   M Í D I A    N A C I O N A L


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