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| Antes mesmo da apuração total dos votos a avenida em frente a casa do então candidato a prefeito foi tomada por centenas de paduanos que se uniram para saudar Josias Quintal e seu Vice |
Já havia caído a noite do dia 7 de outubro em Santo Antônio de Pádua, quando pela primeira vez o Coronel da Polícia Militar Josias Quintal se dirigia a população paduana como prefeito eleito da cidade.
“Vocês são os responsáveis por essa vitória!”, e com essa frase, transferindo o mérito de sua vitória aqueles que o elegeram o mais novo prefeito paduano iniciou seu discurso a centenas de pessoas que se aglomeravam em frente a sua casa na Avenida Chaim Elias no centro da cidade para acompanharem a apuração da eleição municipal de 2012.
Também presente na ocasião, em seu primeiro pronunciamento como Vice-Prefeito eleito, Otoni Farias que é pastor evangélico, revelou ao público o primeiro requisito que segundo o próprio seria indispensável para que os dois viessem a concorrer juntos as últimas eleições, “Disse ao Josias que toda a nossa campanha deveria estar fundamentada no poder de Deus.” Confidenciou o pastor enquanto era aplaudido por todos presentes.
O novo prefeito eleito e seu vice foram a todo o tempo ovacionados pelo povo presente que fechou a avenida para estar diante do homem que acabara de romper com os 24 anos da dinastia Padilha em Santo Antônio de Pádua.
Com uma campanha modesta se comparada a de seu adversário político ou até mesmo de eleições anteriores, a diferença de quase cinco mil votos nas urnas denotou uma enorme vontade de mudança emanada do povo paduano, que deixou claro em 14.518 votos de Josias Quintal contra 10.645 do atual prefeito José Renato, sua intenção de que o poder executivo da cidade alternasse de mãos, causando assim uma reviravolta na política municipal.
Há tanto tempo sendo governados por um mesmo grupo e até então sem perspectivas de mudança dados os conhecidos adversários políticos existentes na cidade como é o caso de Mansur Neto (PP), que obteve inexpressivos 376 votos, fez crescer na população o sentimento de estar vivendo sob uma ditadura, entretanto quem esteve presente no coração da cidade no último dia 07 pode se arrepiar ao ver e ouvir centenas de pessoas que a plenos pulmões entoavam o clássico samba enredo que traz consigo no verso o refrão: “Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós, e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz”, ostentando assim sua merecida ainda que tardia liberdade ideológica.
A idéia de libertação político-administrativa tomou as ruas e inflamou-se entre a população ainda na campanha eleitoral, durante o período viu-se crescer pelos cantos e becos, bares e saunas de clubes da cidade a idéia de que o grupo detentor do poder executivo havia encontrado enfim um adversário a altura, com experiência, propostas sólidas e acima de tudo coragem para passar a limpo o cenário político municipal, e foi o bastante para que ao longo da campanha mais paduanos incrédulos se convencessem de que estavam prestes a presenciar a vitória da oposição, entretanto não por acaso em toda a discussão que indicava vitória de Josias Quintal, sempre pairava no ar uma sombra de dúvida e incerteza quando o nome de Luis Fernando Padilha Leite era citado, a incontestável força política da qual desfruta o ex-prefeito foi desde o princípio o ponto de discórdia para eleitores do 40, número de legenda de Josias ou esperança para os do 15 do atual prefeito, entretanto assim como a máxima do político mineiro Magalhães Pinto que dizia: “Política é como nuvem. Você olha e ela esta de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.”
Em Pádua não seria diferente, mesmo com as pesquisas indicando que não haveria nada de novo sob o sol paduano no dia primeiro de janeiro, pois como já era de se esperar, muitos foram aqueles que por algum motivo se viram impedidos de declararem publicamente seu voto a Josias Quintal assim o fizeram no seguro das urnas eletrônicas fazendo com que novos ventos soprassem velhas nuvens pairadas sobre a cidade.
Encerrando seu discurso aos Eleitores, Josias Quintal confirmou que em seu mandato Pádua gozaria de crescimento econômico-social e que muitos investimentos seriam feitos em sua gestão, a exemplo de duas novas faculdades que traria para cidade, uma de engenharia, outra de medicina.
Em um gesto nobre o novo prefeito paduano reconheceu o caráter de seu adversário político que segundo Quintal, fez uma campanha limpa, se recusando a ouvir maus conselhos de algumas pessoas de seu grupo.
Com um brilhante currículo e uma trajetória sem precedentes o Coronel percorreu um longo caminho até a prefeitura paduana, em sua história recente podemos contabilizar a prisão do maior traficante do país enquanto ocupava o cargo de Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro e um mandato como Deputado Federal, Josias Quintal passou ainda por momentos dramáticos como a derrota nas eleições de 2008 quando concorreu como vice-prefeito da candidata Maria Dib que nesta eleição saiu das urnas como a vereadora mais votada da cidade, entretanto na ocasião muitos foram aqueles que erroneamente declararam a morte política do prefeito eleito, houve também a tentativa de assassinato sofrida em 2009, onde por engano os criminosos contratos para exterminar o Coronel se enganaram e vieram tirar a vida do então secretario de indústria e comércio de Aperibé.
Em meio a guerra contra o crime ou a guerra política, resta-nos apenas uma certeza, assim como os que nelas morrem, heróis são também todos aqueles que sobrevivem, e através dessa linha de raciocínio Pádua pode orgulhosamente dizer que sua liberdade foi conquistada através do voto democrático depositado em um sobrevivente.
M.Melo
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| De mãos dadas Josias Quintal e Pastor Otoni Farias, celebram a nova gestão que assumirá em janeiro |
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